sexta-feira, 10 de outubro de 2014

“Robinson chegou aonde não acreditava. Henrique Alves caiu onde era impossível”


Segundo deputado José Dias, Robinson Faria chega ao segundo turno como favorito para vencer eleição

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O deputado estadual reeleito José Dias (PSD) avalia que o candidato do PSD a governador, Robinson Faria, é o favorito para vencer a eleição deste ano ao governo do Estado. Entre os fatores que o levam a essa conclusão, cita que Robinson chegou ao segundo turno, de forma que, para ele, isso era inacreditável para o vice-governador. Já o candidato do PMDB, Henrique Alves, segundo Dias, atingiu o que para o peemedebista era impossível: chegar ao segundo turno, algo impensável.
“Todos os fatores levam a se acreditar, sem muito esforço de raciocínio, que, na realidade, Robinson é o favorito porque chegou aonde não acreditava. E Henrique caiu onde era impensável que era possível cair, que foi o segundo turno”, diz o deputado pessedista.
Ao abordar o resultado do pleito do último domingo, José Dias disse que Henrique era o franco favorito a vencer no primeiro turno. De acordo com ele, os institutos de pesquisa favoreceram esse entendimento. Além disso, de acordo com ele, o palanque de Henrique era praticamente invencível. Ainda assim, não conseguiu ganhar no primeiro turno.
“No primeiro turno havia favoritismo cantado em prosa e verso do candidato do acordão. Mesmo alguns eleitores que votaram em Robinson, votaram acreditando que Henrique teria condições de ganhar no primeiro turno”, disse o deputado.
Isso, de acordo com ele, porque Henrique conseguiu que os institutos de pesquisas, através de gesto de delicadeza, favorecessem esse entendimento. “Ao mesmo tempo, Henrique montou uma invencível armada, composta pelas naus mais poderosas que se poderia imaginar no RN. Todos os ex-governadores, todos os senadores, cinco deputados federais, 21 deputados estaduais, mais de 130 prefeitos, maioria absoluta de vereadores, e, ainda assim, não conseguiu ganhar no primeiro turno”.
Agora, segundo o deputado estadual reeleito, invertem-se totalmente os papeis. “Onde você vai, as pessoas admitem, afirmam, acreditam que o favorito é Robinson. Por quê?”, indaga José Dias. E ele mesmo responde: “Porque, na realidade, essa invencível armada foi dispersada, porque não houve cuidado logístico. O ônus que Henrique tem de promessas não cumpridas é insuperável. O eleitor que levou a eleição para o segundo turno, votando em Robério Paulino, em que pese a sua qualificação intelectual e moral, foi um eleitor que votou não acreditando que seu candidato tinha chance, mas protestando contra uma situação que todos que tem juízo crítico sabem que era, e é, extremamente danosa ao RN. Esse eleitor jamais vai votar no candidato do acordão. A tendência lógica, racional, é que esse eleitor agora vote contra o candidato do acordão, no único candidato que existe para ele exercer esse gesto, que é Robinson”, afirma.
José Dias afirma não acreditar que um candidato que carregue o peso da rejeição de Henrique Alves – uma média de 35% a quase 40% do eleitorado potiguar – seja eleito para um cargo majoritário. “No meu entender é inimaginável que um candidato com o peso da rejeição que Henrique carrega para eleição majoritária, agora profundamente aumentada pelas inúmeras suspeitas que pesem sobre ele, a saber, o problema da participação no esquema da Petrobras, mais recente e mais notória, seja eleito para um cargo majoritário”.
“Eleitor de Wilma vai dar o troco a Henrique. Atrairam ela para destrutir”
Para o deputado estadual reeleito José Dias, o eleitor de Wilma, sentindo-se traído pelo PMDB de Henrique e Garibaldi, vai dar o troco e votar em Robinson para governador. “Eu sou suspeito porque votei em Fátima Bezerra para o Senado, mas acho que tanto interesse quanto eu para derrotar Wilma tinha Henrique e Garibaldi. E mesmo que Wilma seja forçada a se declarar favorável a Henrique, o eleitor dela não perdoa: é independente”, afirma Dias.
Ele complementa o raciocínio afirmando que, nesses casos, o eleitor vota cobrando a fatura. “E o eleitor de dona Wilma vai cobrar essa fatura. Como sempre votei contra ela, porque era eleitor de Garibaldi, e como eleitor de Garibaldi eu sempre votei contra ela, porque queria me vingar daquela derrota que ela nos impôs (em 2006, na disputa ao governo), quando Garibaldi era governador de férias, e dona Wilma derrotou a gente”, diz Dias, complementando que, “da mesma forma que Wilma era considerada, quando a campanha iniciou, a puxadora da chapa que ela faria parte, e foram fofando ela. Mas não fomos nós (que fofamos ela). Nós não temos força nos inúmeros líderes do PMDB que votaram em Fátima Bezerra. Quem tem essa força é Henrique e Garibaldi. E o eleitor de dona Wilma sabe e entende isso. Ela não terá nenhum controle no destino do eleitor dela. O eleitor dela vai dar o troco. Agora, eu não estou mais. Ela foi derrotada duas vezes para o Senado, então acabou. A vitória dela sobre Garibaldi, nós empatamos agora com as duas derrotas dela. Essa derrota, porém, foi muito séria. Atraíram ela para destruir”.
“Passivo de promessas de Henrique Alves é gigantesco”
José Dias afirma existir uma tendência pró-Robinson neste segundo turno. “Há uma afirmação de que o candidato que sai na frente para o segundo turno leva vantagem, mas, no caso específico do RN, quem entende de pesquisas, e muita gente entende, ou de movimento político eleitoral, sabe que, mais importante do que isso, porque o fundamental não é isso, mas a tendência, e a tendência que se estabeleceu pelo próprio resultado foi de crescimento de Robinson. O fato de Henrique não ter vencido no primeiro turno já demonstra que, se demorasse mais 15 dias a eleição certamente ele perderia no primeiro turno”.
Para José Dias, o passivo de promessas de Henrique é um detalhe importante que favorece Robinson, na medida em que o peemedebista, segundo as notícias que chegam ao conhecimento do membro da Assembleia Legislativa, são de que o presidente da Câmara dos Deputados não cumpriu promessas no primeiro turno e não cumprirá no segundo. Além disso, o tempo de TV será igual para os dois candidatos, diferente do primeiro, quando a multidão de partidos favoreceu a propaganda de Henrique.
“Agora, o tempo de TV é igual, então a vantagem de comunicação com o povo que Henrique tinha com os outros acabou. O passivo de promessas que Henrique fez é gigantesco. Se ele não cumpriu no primeiro turno, ele não vai cumprir agora. Esse país ainda não foi passado a limpo, mas estamos vendo que a coisa está apertando. Os grandes alimentadores das campanhas, e estamos vendo todos os depoimentos, que dizem que a Petrobras foi a grande financiadora através das empresas, mas o dinheiro saiu do bolso do povo, do caixa da Petrobras, a grande alimentadora da campanha de 2010. E aqui esse dinheiro jorrou. Como aqueles poços de petróleo”, diz Dias.
Sobre corrupção, Dias afirma que, no caso da Petrobras, não estão nos bancos dos réus apenas políticos e burocratas, mas empresas. “Na realidade, a vantagem que Henrique pensava ter, essa vantagem, todas elas estão desmilinguidas. Acabaram. A máquina não funcionou. O tempo de TV passa a ser igual. Os abastecedores estão se escondendo. E não acredito que haja outra fonte. E sabemos que quem não cumpre promessa não vai para o céu”, diz.

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