segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Vinda do Flamengo a Natal movimenta multidões e aquece comércio de rua


Fábio Cortez / NJ
Foram sete anos de uma longa espera. Mas passou. Agora restam apenas mais três dias para o tão sonhado reencontro. Na próxima quarta-feira, enfim, o clube de maior torcida do país voltará a jogar em Natal. Os badalados Léo Moura, Alecsandro e Vanderlei Luxemburgo só desembarcam por aqui amanhã, é verdade, mas os potiguares adeptos do Flamengo já estão em êxtase. A venda relâmpago de ingressos para a partida contra o América, pelas quartas de final da Copa do Brasil, não deixa qualquer dúvida. 

Todos os 26 mil ingressos postos à venda para o confronto foram comercializados em menos de três dias. A expectativa é de que o público total se aproxime dos 32 mil (incluindo os sócios americanos), número que passaria a ser o novo recorde da praça esportiva construída na capital para receber a Copa do Mundo 2014 - excetuando as quatro partidas válidas pelo Mundial. 

A reportagem do NOVO JORNAL mergulhou no universo rubro-negro no Rio Grande do Norte para descobrir a razão de o Flamengo gerar tamanha mobilização por aqui. Estima-se que em todo o Brasil cerca de 42 milhões de pessoas sejam flamenguistas. No RN, inclusive, o número de torcedores seria superior ao de americanos e abecedistas juntos, segundo todas as pesquisas sobre tamanho de torcidas já divulgadas. 

Torcedores, conselheiros, comerciantes que lucram com a marca da equipe carioca e até um “xará” caicoense do eterno ídolo Zico atestam o trecho do hino composto por Lamartine Babo que fale em “um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo”. 
Sócio benemérito e conselheiro do clube, Cid Montenegro é um deles. Um de seus maiores sonhos, revela, é ver o Clube de Regatas do Flamengo novamente campeão do mundo. “É como diz o hino: uma vez Flamengo, sempre Flamengo. Sou Flamengo de coração, até morrer. Seja na terra, seja no mar”, brinca. 

Já a ambição de Zicomengo dos Santos é diferente. Natural de Caicó, na região Seridó do estado, o dono de um dos nomes mais rubro-negros do país é voluntário numa escolinha de futebol criada por ele, que alimenta a esperança de um dia ver uma criança da sua terra vestindo a camisa do Fla. “Temos meninos muito talentosos aqui, com um potencial altíssimo. Meu maior sonho é ver um deles fazendo sucesso no Flamengo. Não tive essa oportunidade quando criança, mas ficaria muito feliz se isso acontecesse com pelo menos um deles”, declarou. 

Hoje com 33 anos, o filho do folclórico flamenguista Chico Tucano conta como toda essa história começou. Foi nos anos 50, tempo em que o rádio só dava conta do que acontecia nos gramados da Guanabara ou de São Paulo, quando seu pai jurou amar eternamente o clube carioca. Enquanto acontecia uma partida do Caicó Esporte Clube na cidade, Tucano foi até a casa de um amigo a fim de beber um copo d’água. Durante a visita, encontrou uma revista de futebol e se encantou com um certo uniforme em vermelho e preto. “Que time é esse? Flamengo? Vou torcer por ele”, prometeu. 

Mas Chico bem foi além. Não contente em apenas torcer e comemorar as conquistas do rubro-negro, ele batizou seus filhos com nomes que homenageiam os grandes ídolos do clube. Além de Zicomengo, o time é escalado com Francifla, Flamena e Flamozer. Também há espaço para Nilton Santos e Djalma Santos, lendas de Botafogo e Portuguesa/Palmeiras, respectivamente. Tucano era pipoqueiro e tido como um dos maiores rubro-negros do Brasil. Faleceu em 2007, aos 64 anos, vítima de um infarto fulminante, mas deixou um legado eterno de amor ao Flamengo.

Tão fanático quanto o pai, Zicomengo adora o nome que recebeu de presente.“Sou apaixonado pelo Flamengo. E o meu nome é maravilhoso, porque Zico é a nossa maior estrela. Algumas pessoas acham estranho, mas não tem problema. Para mim, é Deus no céu e o Flamengo na Terra”, fala.Em 1997, durante uma visita de Zico a Natal, Zicomengo teve a oportunidade de conhecer o Galinho. Já em 2009, em viagem ao Rio de Janeiro, bateu papo com Adriano “Imperador”, Léo Moura, Ronaldo Angelim, Emerson Sheik e Andrade.Na quarta-feira ele estará com os irmãos no setor Noroeste da Arena das Dunas, torcendo pelo time de coração.
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