sábado, 27 de setembro de 2014

Advogados identificam fakes em campanha de Robinson e caso será investigado na PF


Advogados de Henrique Alves querem que Polícia Federal investigue a existência de outros perfis falsos que atuam na Internet

PF4
A campanha do candidato do PSD ao Governo do Estado, Robinson Faria, tem utilizado perfis falsos em redes sociais na internet para difamar o seu principal adversário, Henrique Alves, candidato do PMDB e líder nas pesquisas eleitorais. Essa é conclusão a qual se chega ao se ler duas representações criminais enviadas ontem à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal pelos advogados da campanha de Henrique.
Os advogados Kennedy Diógenes e Sanderson Mafra solicitaram a abertura de investigação criminal acerca da utilização de anônimos para caluniar, difamar e injuriar Henrique Alves. A campanha de Henrique identificou os responsáveis pelos perfis, chamados de fakes, na internet a partir de uma quebra de sigilo determinada pelo Tribunal Regional Eleitoral de uma conta no twitter. O perfil Deputado Copa do Mundo era utilizado, segundo decisão do TRE, para difamar e caluniar Henrique Alves. O rastro dos ataques levou a um membro da equipe de marketing da campanha de Robinson.
“Os perfis falsos não são algo pontual, isolado. Trata-se de uma estrutura bem equipada, profissional, montada exclusivamente para isso, a soldo, e temos indícios fortes de que essa estrutura é coordenada por um blogueiro da cidade”, diz o advogado Kennedy Diógenes. E complementa: “O anonimato na internet é o artifícios dos covardes. Essa estrutura tem sido utilizada diuturnamente para difamar, caluniar e injuriar o candidato do PMDB, Henrique Alves”.
Com o número de IP em mãos (189.124.186.16), foi possível saber o endereço físico de onde a conta era operada. Trata-se de um apartamento localizado na avenida Abel Cabral, em Nova Parnamirim. O perfil em questão é apenas um dos muitos criados durante a campanha para promover ataques anônimos a Henrique Alves. Os demais também devem ser investigados a partir da solicitação dos advogados da campanha à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal
Os dados obtidos pelo jurídico da Campanha de Henrique mostram que o apartamento a partir do qual um dos perfis falsos foi operado é onde mora, segundo os advogados, uma integrante da cúpula do marketing da campanha eleitoral do candidato do PSD, Robinson Faria, de iniciais “F.A”. F.A aparece em várias fotografias em eventos públicos ao lado do candidato do PSD, sempre se identificando como membro da equipe de marketing.
Há fotografias no debate da Band Natal, ao lado do candidato do PSD, Robinson Faria, e de sua equipe de marketing; no debate da TV Ponta Negra e em caminhadas e passeatas. Além da representação criminal, ela irá responder uma representação eleitoral no Tribunal Regional Eleitoral, com um pedido de cobrança de multa em seu patamar máximo, “haja vista a gravidade do caso”.
O desembargador João Rebouças, que foi o relator do processo que determinou a quebra do sigilo do perfil fake no Twitter, se manifestou de forma contundente contra a utilização desse tipo de expediente em uma eleição. “Cumpre-nos evidenciar que as mensagens postadas têm nítido caráter eleitoral e, denota-se claramente, que a conta do Twitter foi concebida para a veiculação de opiniões com o propósito de denegrir a imagem do candidato a governador nas próximas eleições, ultrapassando, portanto, os limites da crítica a sua atuação política”, disse João Rebouças.
O desembargador acrescentou que este tipo de pratica não pode ser defendida pelo princípio da liberdade de expressão. “Cumpre à Justiça Eleitoral coibir qualquer prática que vise única e exclusivamente denegrir a honra e a imagem de determinado candidato postadas no anonimato de uma conta no Twitter, fato este que refoge ao direito de liberdade de expressão e, de maneira alguma, contribui para o debate político”, considerou.
Segundo os advogados da campanha, a partir de agora serão instaurados procedimentos específicos tanto na Polícia Federal quanto no Ministério Público Federal para investigar a utilização desses perfis. No MPF, o procurador eleitoral deverá iniciar um procedimento administrativo. Na Polícia Federal, a expectativa é que os suspeitos sejam convocados para depor nos próximos dias.

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