Evento nacional está sendo realizado na capital potiguar, com a presença de centenas de aposentados
Marcelo Lima
marcelolimantal@yahoo.com.br
Cerca de 600 aposentados e pensionistas de 19 estados brasileiros se unem a outros 600 aposentados de várias cidades do Rio Grande do Norte em um ato público na avenida Senador Salgado Filho hoje à tarde. O objetivo é sair em caminhada das proximidades do HotelResidence e sair em caminhada até a sede do comitê de campanha de Henrique Alves (PMDB).
A categoria uniu o útil ao necessário. Como já organiza um evento nacional em Natal – o 1º Encontro Nacional de Federações e Entidades de Base -, eles aproveitaram a oportunidade para cobrar a votação de dois projetos de interesse da classe adormecidos na fila da pauta da Câmara Federal, presidida por Henrique Alves (PMDB).
O vice-presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), o potiguar Silberto Silva, afirmou que recebeu um pedido para não realizar o ato público. “Garibaldi [Alves Filho] chegou a pedir que não fosse feito porque eles já viriam aqui [no Encontro]. Mas não poderíamos abortar porque já estava marcado com o Brasil inteiro”, falou.
De fato, o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho (PMDB), e o presidente da Câmara Federal e candidato ao governo do RN, Henrique Alves (PMDB), estiveram na cerimônia de abertura do evento nacional hoje pela manhã no Hotel Serhs. O ministro negou que tivesse pedido para não haver mobilização nas ruas. “Eu pedi para que o documento fosse entregue aqui no hotel, só isso. A manifestação é com eles”, respondeu o ministro do governo Dilma.
O presidente da Cobap, Warley Gonçalles, também negou que esse pedido tenha ocorrido. “Ele fez uma proposta para que recebesse esse ofício aqui, porque ele já tem um compromisso marcado no interior à tarde”, disse o líder dos aposentados. O tal documento é a oficialização da reivindicação para que o presidente da Câmara ponha o projeto de lei 4.434/2008 e a Proposta de Emenda Constitucional 555/2006 em pauta. “O objetivo hoje é que ele coloque os dois projetos em votação. Mas não somos nada contra ele. Na política aqui do Rio Grande do Norte é o povo quem sabe quem é quem”, declarou Gonçalles.
Em função do atraso do candidato, nossa equipe de reportagem não conseguiu falar comHenrique Alves. Ele chegou minutos depois do início da cerimônia de abertura do Encontro Nacional. Conforme Silberto Silva, essa não é a primeira vez que a categoria tenta pressionar o atual presidente da Câmara dos Deputados. “Já tivemos várias reuniões com Henrique e ele não bota nada em votação”, lembrou.
Mais pressão
De acordo com o presidente da Cobap, ambas proposições já foram aprovadas por unanimidade em todas as comissões temáticas pelas quais tinham que passar obrigatoriamente. O projeto de lei 4.434/2008 versa sobre a recuperação das “Vai recuperar as perdas dos aposentados de 1991 a 2014, porque o governo dá um aumento de 10% ao salário mínimo e de 5% para nós. Isso achata a nossa aposentadoria com o passar do tempo”, explicou o presidente. Além da recuperação do retroativo, o índice que reajuste as aposentadorias e pensões se equipararia ao do salário mínimo. Conforme a Cobap, no Rio Grande do Norte há cerca de 40 mil aposentados que recebem acima do mínimo.
O autor desse projeto de lei, o senador Paulo Paim (PT/RS), esteve na abertura do evento para receber uma homenagem: título de Cidadão Natalense concedido pela Câmara Municipal. Segundo o propositor da concessão do título, o vereador George Câmara (PCdoB), a concessão do título é uma forma de sinalizar que a população natalense é favorável às pautas dos aposentados e pensionistas.
Ao senador gaúcho, a equipe d’O JORNAL DE HOJE perguntou sobre outra bandeira da categoria: o fim do fator previdenciário. Mais uma vez, a batata quente foi jogada o presidente da Câmara. “Eu já acabei com o fator previdenciário no Senado, o projeto foi aprovado. Já fiz a minha parte, agora faltam que os deputados façam a sua”, comentou.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 555/2006, que também teve sua colocação em pauta reivindicada, diz respeito ao fim da contribuição previdenciária para servidores públicos aposentados e pensionistas. Aqueles que ganham acima do teto da Previdência Privada têm que contribuir com 11% do valor excedente.
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