terça-feira, 10 de abril de 2012

Por comida, Coreia do Norte anuncia suspensão do programa nuclear


Coreia do Norte anunciou que vai suspender seu programa de enriquecimento de urânio. Em troca vai receber toneladas de alimentos dos Estados Unidos. A notícia surpreendeu muita gente, mas foi recebida com cautela na Europa. Não foi a primeira vez que a Coreia do Norte ergueu a bandeira branca.
Na Europa o clima é de cautela. Mas todos concordam que o acordo quebra o gelo com os Estados Unidos e principalmente com os países vizinhos.
Na Ásia, o acordo traz uma dose de alívio. Uma promessa de desarmamento nuclear é sempre uma boa notícia. Mas, para usar uma expressão popular, os asiáticos já são gatos escaldados em relação à Coreia do Norte.
Sempre que faltava comida ou remédios, o ditador Kim Jong Il – morto no fim do ano passado – mostrava disposição para negociar. Mas, logo em seguida, voltava a fazer ameaças ou testes nucleares. Para sobreviver, a ditadura comunista precisa desse ambiente de tensão, de guerra permanente com inimigos externos, verdadeiros ou imaginários.
A secretária de estado americana, Hillary Clinton, classificou o acordo com um modesto primeiro passo na direção certa.
Desta vez, há algumas condições diferentes. A Coreia do Norte tem um novo dirigente, Kim Jong Un. E há o problema da fome.
Segundo o Programa Mundial de Alimentos da Onu, 70% dos norte-coreanos consomem metade das calorias necessárias para um ser humano. por esses motivos, o acordo que está sendo chamado de “comida pela paz” talvez mereça crédito.
Na Coreia do Sul, país mais ameaçado pelos vizinhos do norte, o governo viu o acordo com bons olhos, mas muita cautela. A população também está dividida
"Eu aprovo o acordo para livrar a península coreana das armas nucleares. E muitos norte-coreanos estão famintos. Por isso é positivo que os Estados Unidos forneçam comida para eles", disse este homem.
Este rapaz lembra que "a Coreia do Norte já prometeu acabar com o programa nuclear no passado, mas voltou atrás. Não podemos confiar num acordo por causa do comportamento deles no passado”.
As negociações para desarmar a ditadura comunista já duram 10 anos. Em 2006, o país anunciou o seu primeiro teste nuclear, deixando toda a Ásia em alerta. Em 2008, depois de longas negociações, concordou em suspender o programa nuclear e até destruiu a torre de refrigeração de seu principal reator nuclear. Tudo jogo de cena.
O que a Ásia se pergunta é se o novo dirigente do país, Kim Jong Un, está mesmo dando uma demonstração de boa vontade ou apenas seguindo a cartilha do pai, Kim Jong Il, um mestre no que muitos classificavam como "chantagem atômica".

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