quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Polícia começa a investigar caso de menina que diz ter sido abusada

A Polícia Civil de Poços de Caldas, no Sul de Minas, deve começar a investigar a partir desta quinta-feira (23) o caso da menina de 12 anos que diz ter sido abusada por 45 homens em um mesmo dia. Por telefone, o delegado Hernani Perez disse que os envolvidos serão ouvidos no decorrer desta semana.
Segundo a Polícia Militar, apesar da menina ter confirmado o que disse no boletim de ocorrência, moradores próximos ao local onde teria ocorrido o suposto abuso e familiares da menina, desmentiram a versão dela. A adolescente foi internada na Santa Casa de Poços de Caldas com lesões na vagina, decorrentes de uma doença sexualmente transmissível.
O Conselho Tutelar informou que acompanha o caso da menor há 3 anos e que sempre houve negligência dos pais em relação à educação dos filhos. No final do ano passado, o órgão recebeu a denúncia de que a menina teria sido violentada por um homem de 36 anos no dia do aniversário dela e que a mãe foi informada disso, mas não tomou nenhuma providência.
Procurado, o pai da menina admitiu que ela sempre teve problemas com a mãe.
O caso
O caso veio à tona depois que a Polícia Militar de Poços de Caldas foi chamada na Santa Casa da cidade nesta terça-feira (21) por uma médica de plantão. A adolescente havia dado entrada no hospital com lesões na vagina, decorrentes de uma doença sexualmente transmissível. A menina disse aos policiais que foi abusada por cerca de 45 homens em um único dia, próximo a um campo de futebol, na zona rural do município. A declaração foi registrada em um boletim de ocorrência da PM.
A menor também disse à polícia que desde os 9 anos mantém relações sexuais com pelo menos dois homens, um de 31 anos e outro de 19, e que eles dão roupas a ela em troca de sexo.
Segundo o conselheiro tutelar João Alves da Silva, o caso da menina já é conhecido pelos órgãos de proteção à criança e adolescente do município. Ainda conforme ele, em dezembro do ano passado o Conselho Tutelar fez um pedido para abrigar a menina em uma instituição, mas ele foi negado pela Justiça. A alegação seria de que ela tinha pais e casa onde ficar, o que não justificaria a transferência para um abrigo.
"Ela tem pais, mas eles não têm condição nenhuma de cuidar dela. São trabalhadores rurais, a mãe tem problemas com álcool, ela é uma menina bonita e está vulnerável", diz Silva.
Em contato com a reportagem do G1, o juiz Edmundo Lavina Jardim, que teria negado o pedido de colocar a menina em um abrigo, informou que está viajando e por não estar na Comarca, não poderia falar sobre o caso.
 

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