terça-feira, 18 de junho de 2013

Liberou geral



Fortaleza (AE) - A comissão técnica da seleção brasileira decidiu peitar o COL (Comitê Organizador Local) e liberar quase 5 mil torcedores para acompanhar ontem o primeiro treino do time em Fortaleza, onde o Brasil se prepara para a segunda partida na Copa das Confederações, nesta quarta, contra o México, na Arena Castelão. A ordem de abrir os portões partiu de Felipão e Parreira, ambos contrários à determinação do COL de vetar a participação popular no estádio Presidente Vargas. Os torcedores contaram que só foram para o estádio porque uma das emissoras de TV da cidade divulgou que os portões estariam abertos para o jogo-treino que os reservas da seleção fariam contra o time sub-20 do Ceará (empate por 2 a 2).
jarbas oliveira/estadão conteúdoOs torcedores chegaram a levar 1kg de alimento não perecível e lotaram a entrada do PV para assistir a um treinamento da SeleçãoOs torcedores chegaram a levar 1kg de alimento não perecível e lotaram a entrada do PV para assistir a um treinamento da Seleção

Ocorre que quando chegaram ao estádio, um efetivo de 120 policiais impediu a torcida de entrar. Na verdade, a comissão técnica do Brasil não havia divulgado que o trabalho desta tarde seria aberto ao público, o que gerou muito descontentamento do torcedor e confusão.

A comissão técnica do Brasil então consultou os organizadores do COL para saber se podia liberar a entrada da torcida e a resposta foi não. Inconformado com a decisão, Felipão ignorou as ordens. “Na seleção quem manda sou eu. Vamos liberar sim o treino para essa torcida”, disse, assim que soube da recomendação do COL.

Parreira também participou da escolha. O coordenador disse que foram os próprios membros da comissão técnica que estouraram os cadeados dos portões para que a torcida de Fortaleza pudesse entrar e ver os jogadores. Antes de tomar a decisão contrária ao COL, mas favorável ao desejo do torcedor, Parreira se certificou de que a polícia daria segurança aos jogadores brasileiros.

Com o sinal verde, os portões foram estourados. Pela primeira vez na história da seleção, um treinador e seu coordenador mandaram “colocar os portões abaixo” para que o público pudesse ver o treino. Em pouco mais de 15 minutos, os quase 5 mil torcedores ganharam as numeradas do Presidente Vargas. Eles acompanharam a parte final do jogo-treino, mas a pedido de Parreira todos os jogadores agradeceram o carinho do torcedor e aplaudiram sua presença. Duas bolas foram atiradas para o público. Não houve nenhuma confusão dentro do estádio.

“Os jogadores ficaram arrepiados com tamanha manifestação”, disse Parreira, orgulhoso de dar participado da decisão de estourar os cadeados dos portões. “E fomos nós que quebramos os cadeados para que eles pudessem entrar. Fomos nós”.

Felipão e Parreira não queriam ter na conta da seleção a decisão de ter barrado o torcedor em Fortaleza, sobretudo após essa onde de manifestação popular que pipoca no país inteiro contra os gastos público na organização da Copa das Confederações. Embora ninguém fale sobre o assunto, Felipão e Parreira temem que esse ‘descontentamento nacional’ respingue no time e que, dessa forma, o Brasil perca o carinho e o apoio do torcedor.

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