terça-feira, 11 de junho de 2013

Em números, Hulk é mais ousado, mas rival Lucas sobra em eficiência

  • Flavio Florido/UOL
    Lucas fez o terceiro gol do Brasil contra a França, mas ainda não convenceu Felipão de que deve ser titular
    Lucas fez o terceiro gol do Brasil contra a França, mas ainda não convenceu Felipão de que deve ser titular

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Luiz Felipe Scolari já disse que não deve mexer na equipe até o início da Copa das Confederações, mas as manifestações do público nos dois últimos jogos da seleção deixam evidente o desejo do público de ver Lucas por mais tempo em campo. Pelos números, a torcida não está tão equivocada. Um levantamento feito pelo UOL Esporte mostra que, entre os dois candidatos a parceiros de Fred e Neymar, Hulk está longe de ser o mais eficiente.
Até agora, os dois têm disputado jogo a jogo a preferência de Felipão. No início da preparação para a Copa das Confederações, no Rio de Janeiro, Lucas chegou a ser testado como titular, mas em cima da hora foi trocado por Hulk. Contra a Inglaterra, o atacante do Zenit foi vaiado depois da torcida pedir o ex-são-paulino no Maracanã. Em Porto Alegre, contra a França, de novo o público pediu em coro o jogador do PSG, dessa vez sem apupos para ninguém.
O levantamento leva em conta a média de Lucas e Hulk nos principais fundamentos analisados pelo Datafolha. O tempo de cada um em campo, porém, é levado em consideração. O meia do PSG jogou, ao todo, 104 minutos em três jogos sob o comando de Felipão. Já o atacante do Zenit esteve em campo em 245 minutos em quatro partidas, ao todo.
Em diversos quesitos, os dois se equivalem. Lucas e Hulk têm, por exemplo, a mesma média de dribles por minuto: 0,028, sendo que ambos estão entre os líderes da seleção nesse fundamento. A dupla também está colada em número de bolas recebidas, com cerca de 0,43 por minuto jogado e uma vantagem centesimal em favor do ex-são-paulino.
A diferença se dá nos quesitos ofensivos. Hulk é um dos jogadores que mais arrisca na seleção de Luiz Felipe Scolari. Ao todo, ele tentou dar nove chutes a gol enquanto esteve em campo, com uma média de 0,036, de novo um dos melhores do time. O problema é a quantidade de acertos. Segundo o Datafolha, o atacante só acertou uma finalização em quatro partidas.
O problema, para o técnico, é que Lucas não vai tão melhor. Até agora, o camisa 7 tem sido muito contido e deu apenas três chutes a gol. Um deles, justamente a cobrança de pênalti que definiu o 3 a 0 diante da França, foi o único acerto dele em três partidas. Não por acaso, foi também seu primeiro gol desde a despedida no São Paulo.
Hulk também mostra disposição para cruzar. Ele vai mais vezes à linha de fundo e arrisca mais que o rival. Foram 14 tentativas nos 245 minutos que esteve em campo. Só que o atacante grandalhão só acertou três dessas tentativas, contra três em cinco bolas alçadas por Lucas.
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Meia-atacante Lucas em treino da seleção brasileira em Porto Alegre Flávio Florido/UOL
Os números mostram uma diferença clara de estilo entre os dois. Hulk, por vezes, tem servido como desafogo para o time de Felipão, arriscando bastante em jogos mais equilibrados. Para convencer a torcida, porém, deve melhorar seu aproveitamentos nos fundamentos. Até agora, a principal justificativa para a sua manutenção na equipe é o papel tático que ele pode cumprir, para o qual Lucas teoricamente não estaria preparado.
Na prática, o ex-são-paulino ainda consegue equilibrar com Hulk em um dos fundamentos mais valorizados pelos treinadores, o desarme. Lucas conseguiu roubar cinco bolas dos adversários. Hulk o fez 11 vezes, mas pelos minutos em campo, está com uma média pior que a do colega de posição (0,044 contra 0,048).
Por último, mas não menos importante, Hulk tem sido mais perigoso para a equipe, ao menos na média. A cada minuto, o atacante do Zenit perde a bola 0,077 vezes, contra 0,048. A discrepância, porém, se deve a uma partida em especial. Contra a Itália, em sua estreia com Felipão, Hulk foi desarmado em dez oportunidades, número recorde para qualquer jogador na atual gestão, e não repetido por ele em nenhuma outra oportunidade. 

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