quarta-feira, 2 de outubro de 2013

140 mil deixaram a extrema pobreza no CE.


Em todo o País, a queda, no mesmo intervalo, foi de 1,07 milhão de brasileiros, significando recuo de 14,07%


Fortaleza/Brasília. Em torno de 140 mil cearenses deixaram a extrema pobreza entre 2012 e 2011, conforme dados divulgados na última semana pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). No ano passado, havia, no Estado, cerca de 746 mil pessoas nessa condição - número que representa uma redução de 15,8% frente aos 886 mil habitantes extremamente pobres registrados no ano anterior.

A situação é caracterizada por renda familiar per capita de até R$ 75 Foto: Kid Júnior

Em todo o País, a queda, no mesmo intervalo, foi de 1,07 milhão de brasileiros, representando recuo de 14,07%. Um total de 6,53 milhões de pessoas permanecia nessa condição em 2012, enquanto, no ano anterior, o número era de 7,6 milhões de habitantes. A extrema pobreza é caracterizada pela renda familiar per capita de até R$ 75.

Para o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Carlos Eduardo Marino, a redução da extrema pobreza tem representado um avanço expressivo, embora a quase totalidade das pessoas que saem dessa faixa passem para a condição de pobreza - quando a renda é de até R$ 150 -, carecendo ainda de assistência.

Segundo o professor, que também é pesquisador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP) da UFC, o programa Bolsa Família tem ajudado a reduzir os índices de extrema pobreza, mas não é a solução para o problema a longo prazo.

Educação
A principal forma de combater a pobreza no Estado, frisa, é o investimento em educação - em diferentes níveis, incluindo o ensino profissionalizante. "Precisamos investir no capital humano. E estamos fazendo isso", destaca. Por conta da educação ainda deficiente, justifica, diversos trabalhadores cearenses têm baixa produtividade e, consequentemente, salários baixos.

Conforme Marino, a tendência é que continue a diminuição da extrema pobreza nos próximos anos. "Mas, claro, quando você for reduzindo o número, a tendência é que seja mais difícil reduzir o índice no ano seguinte", salienta.

Cenário nacional
No País, a desigualdade de renda registrou queda em 2012, apesar de o desempenho da economia ter sido considerado fraco. O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 0,9% no ano passado, enquanto a renda per capita das famílias cresceu, em média, 7,9%.

As famílias mais pobres, em especial, conseguiram evolução na renda maior do que a média, 14%, entre os 10% mais pobres da população. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e estão presentes no estudo Duas Décadas de Desigualdade e Pobreza no Brasil Medidas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgado ontem.

"Três milhões e meio de pessoas saíram da pobreza em 2012 e 1 milhão da extrema pobreza, em um ano em que o PIB cresceu pouco. Para a pobreza, o fundamental é o que acontece na base - cuja renda cresceu a ritmo chinês, afirmou ontem o presidente do Ipea, Marcelo Neri.

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