terça-feira, 19 de agosto de 2014

Lula usa última frase de Campos para impulsionar Dilma no horário eleitoral


"Nunca, jamais desistir do Brasil", diz ex-presidente; Aécio também tenta se mostrar afinado com ex-governador

Dona de casa aposentada assiste a horário eleitoral: homagem a Campos. Foto: Divulgação
Dona de casa aposentada assiste a horário eleitoral: homagem a Campos. Foto: Divulgação
Principal cabo eleitoral de Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou uma das últimas frases do ex-governador Eduardo Campos (PSB) para promover sua candidata no primeiro programa de horário eleitoral gratuito das eleições 2014.
“Nunca, jamais desistir do Brasil. É assim, Eduardo, que vamos guardar a sua força para sempre”, disse Lula no encerramento do programa de Dilma que foi ao ar nesta terça-feira (19).
Campos morreu num acidente de avião na manhã da última quarta-feira (13), em Santos (SP). Na noite anterior, disse “não vamos desistir do Brasil” ao final de sua entrevista ao Jornal Nacional.
A frase se tornou um bordão informal da campanha do PSB, que agora terá a ex-senadora Marina Silva como candidata. Ela pouco apareceu na primeira inserção eleitoral do partido, dedicada quase inteiramente ao ex-governador de Pernambuco, e não fez nenhuma declaração.
O presidenciável do PSDB, Aécio Neves, também tentou se mostrar afinado a Campos.
“Colocar em prática as ideias e os ideais que tínhamos em comum será a melhor forma de celebrar a vida do grande governador, do pai, do marido do amigo, do brasileiro Eduardo Campos”, disse Aécio.
Homenagens a Campos também marcaram a campanha eleitoral de PT, PSDB e PSB no rádio, que começou na manhã desta terça-feira (19).
Aécio foca em mudança
A inserção do PSB, a primeira do horário eleitoral, foi dedicada exclusivamente a homenagear Eduardo Campos. Ao som da música “Anunciação”, do pernambucano Alceu Valença, foram exibidas imagens do candidato cumprimentando eleitores e com a família.
Marina, que nesta quarta-feira (20) deve ser confirmada como nova candidata do PSB à Presidência, aparece apenas por poucos segundos, abraçando o ex-governador de Pernambuco.
O programa de Aécio teve como foco as críticas ao governo do PT e, especialmente o desempenho econômico. O tucano citou a inflação – que está no limite da meta, 6,5% – e a dificuldade em cumprir o superávit primário (economia feita pelo governo para pagar juros).
“E o mais grave: os empregos começam a desaparecer”, disse Aécio. “As pessoas perderam a cofiança na capacidade desse governo de fazer o País avançar.”
O tucano tentou se apresentar como melhor alternativa para a “mudança” – conceito que tem marcado a sua campanha –, e não fez nenhuma referência a Marina, com quem está empatado tecnicamente segundo a última pesquisa Datafolha – 20% para ele, 21% para ela.
Já o programa de Dilma teve objetivo de aproximar a presidente da vida do eleitor. A petista, que vestia branco, foi filmada inclusive enquanto conzinhava. As entrevistas foram feitas em local arborizado – não num estúdio, como no caso de Aécio – e sem que ela olhasse diretamente para a câmera.
A presidente também ressaltou como realizações de seu governo dois programas de impacto direto no cotidiano de uma parte dos eleitores: o Pronatec, de ensino técnico, e o Minha Casa, Minha Vida, de habitação popular.
O ex-presidente Lula, presente em dois momentos, tentou convencer o eleitor – sobretudo o indeciso – de que um segundo governo Dilma seria melhor do que o primeiro.
“Teve gente que votou em mim [em 2006] sem estar 100% satisfeito”, disse Lula. “Vote sem nenhum receio. Fique certo que você não vai se arrepender.”
O horário eleitoral na TV vai até 2 de outubro – a eleição é no dia 5. A campanha de Dilma tem 11 minutos e 24 segundos. A de Aécio, 4 minutos e 35 segundos. O PSB terá dois minutos e três segundos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário