sábado, 14 de janeiro de 2012

Coreia do Norte estaria punindo quem não chorou por ditador.


Durante dias, o mundo inteiro assistiu, intrigado, à onda de histeria coletiva que tomou milhões de norte-coreanos após o anúncio da morte de Kim Jong-il, no mês passado. Cenas como desmaios em praças de Pyongyang e do choro convulsivo de milhares de mulheres diante de monumentos em homenagem ao Querído Líder invadiram os jornais — oficiais ou não — enquanto muitos se perguntavam o motivo de tanta tristeza pela morte de um ditador que teria mergulhado o país num dos maiores episódios de fome de sua história.

Mas a resposta pode estar numa reportagem do jornal sul-coreano "Daily NK", publicada nesta sexta-feira: os norte-coreanos que não participaram das homenagens — ou não foram convincentes na demonstração de tristeza — estariam sendo enviados a campos de trabalho forçado por no mínimo seis meses.

Segundo a reportagem do jornal, escrita com base na declaração de uma fonte da Coreia do Norte não identificada, o governo está organizando "sessões de críticas" para aqueles que transgrediram as normas durante as homenagens.

- As autoridades estão impondo uma pena de pelo menos seis meses em campos de trabalho pra qualquer um que não tenha participado das concentrações organizadas durante o período de luto ou para quem participou mas não chorou e não pareceu autêntico - diz a fonte ao jornal.

O número de pessoas afetadas não foi esclarecido, mas poderia chegar a milhares, de acordo com o "Daily NK". Atualmente, estima-se que mais de 200 mil norte-coreanos trabalhem em campos — onde em geral sofrem de má nutrição. F-DN/CA

Publicação: 14/01/2012 13:57 Atualização:

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