quinta-feira, 7 de março de 2013



Defesa de Bruno diz que única prova do MP é 'negociata com Macarrão'
O julgamento do goleiro Bruno e da ex-mulher dele, Dayanne Rodrigues, deve terminar nas próximas horas. A sessão desta quinta-feira (7) começou com uma reviravolta: depois de dizer, nesta quarta, que não tinha conhecimento dos planos de matar Eliza Samúdio, Bruno confirmou que sabia, sim, que ela seria morta.
Bruno entrou no salão do júri escoltado por policiais militares quase uma hora antes do início do julgamento. Logo no começo da sessão, a defesa de Bruno pediu para ouvir Dayane novamente. Ela já tinha dito que viu Eliza no sítio e que escondeu o filho do goleiro com a ex-amante, mas que mentiu à polícia sobre a criança a pedido de Bruno e do policial civil José Lauriano, o Zezé.
Nesta quinta, Dayanne falou que foi Zezé quem mandou ela entregar Bruninho a um amigo de Bruno em uma rodovia. Zezé não foi indiciado. Uma nova investigação foi aberta para apurar a participação dele. O promotor Henry Wagner pediu a absolvição de Dayanne.
No depoimento desta quarta, Bruno disse que só soube da morte de Eliza depois do assassinato dela. Nesta quinta, contou que já sabia que o crime era planejado por Macarrão.
Lúcio Adolfo, advogado de defesa: Bruno, você sabia que a Eliza Samúdio ia morrer?
Bruno: Sabia e imaginava.
Lúcio: Por quê?
Bruno: Pelas brigas constantes, pelo fato de eu ter entregado para o Macarrão o dinheiro. E as agressões do Macarrão. 
A delegada Alessandra Wilker, que começou a investigar o assassinato de Eliza, disse que ficou comprovado que Bruno foi o mandante do crime, e que ele não se arrependeu do que fez.
“Ele saiu na mesma noite da execução da Eliza. Foi bebendo no ônibus. Foi a duas festas no Rio. Ninguém que fica sabendo de uma história macabra destas se diverte tanto posteriormente”, afirmou a delegada.

A acusação falou por duas horas e meia. O promotor relatou que Eliza havia dito a amigas que Bruno queria que ela fizesse aborto e a ameaçou várias vezes.
“’Eu não quero esse filho. E sou capaz de tudo para você não ter essa criança. Você não me conhece. E não sabe do que sou capaz’”, relatou o promotor.
O promotor contou que Eliza chegou a ir a um hospital no Rio de Janeiro com uma suspeita de aborto.
“Pois estava sangrando. E então telefonou para Bruno, comunicando o fato e ele respondeu: ‘eu quero que você morra’”, acrescentou o promotor.
O advogado de defesa, Lúcio Adolfo, acredita que Bruno será absolvido porque contou a verdade.
“Absolvição, certamente. Primeiro: o esclarecimento que ele deu acerca da participação do paulista, o Bola. Eu acho que o reconhecimento de que há uma certa omissão dele”, disse o advogado de defesa.
O julgamento está na fase dos debates em que acusação e defesa tentam convencer os jurados. O promotor mostrou os registros de conversas telefônicas entre Macarrão, Bola, Bruno e outros envolvidos no caso. O conselho de sentença, formado por sete jurados - cinco mulheres e dois homens -, vai se reunir em uma sala reservada. Os jurados vão responder a um questionário com 20 perguntas elaborado pela juíza. Só depois o veredicto seja definido. Em caso de condenação, é a juíza é quem calcula a pena. A previsão é que tudo isso aconteça ainda nesta quinta ou no início da madrugada.

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