sábado, 23 de fevereiro de 2013

Aécio inaugura ofensiva contra tom de campanha do PT para reeleger de Dilma



O senador mineiro subiu o tom das críticas em relação ao governo da presidente, no entanto não admitiu ser candidato em 2014



O discurso feito pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) nesta terça-feira (20) no Senado foi visto por governistas e pelos próprios tucanos como uma ofensiva ao tom de campanha que o governo e o PT inauguraram nesta semana , na cerimônia de ampliação do alcance do programa Bolsa Família. Aécio, que na semana passada já havia avisado que faria o discurso com os “13 fracassos do PT”, subiu o tom em relação à presidenta Dilma Rousseff e ao PT, mas não admitiu ser candidato em 2014.
Agência Brasil
Senadores cumprimentam Aécio Neves após discurso no Senado em que atacou Dilma e o PT
“A ameaça da inflação, a quebra de confiança dos investidores, o descalabro das contas públicas são exemplos de crônica de má gestão. No campo político, não há mais espaço para tolerar o intolerável. É intolerável a apropriação indevida de rede nacional de rádio e televisão para que o governante possa combater adversários e fazer proselitismo eleitoral”, disse o senador referindo-se ao pronunciamento feito por Dilma sobre a redução nas contas de energia elétrica que foi encarado como provocação pelos tucanos.
“A grande verdade é que nesses 10 anos o PT está exaurindo a herança bendita do governo de Fernando Henrique Cardoso”, rebateu o senador às insinuações de Dilma de que o combate à miséria começou no Brasil com o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A sessão do Senado deu provas de que o clima eleitoral para a sucessão de Dilma Rousseff está em pleno vigor, faltando um ano e três meses para o início oficial da campanha. Deputados simpatizantes de Aécio atravessaram da Câmara para o Senado para ouvir o discurso. Entre eles estavam o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que acabou de perder a eleição para a Presidência da Câmara, além de Romário (PSB-RJ) e Bruna Furlan (PSDB-SP).
Ao final do pronunciamento do tucano, o senador Lindbergh Faria (PT-RJ) criticou. “Acho que vossa excelência não constrói um discurso competitivo para quem é candidato a Presidente da República. Em mais de meia hora de discurso, em nenhum momento, citou a palavra povo, pessoas, gente, emprego, miséria, inclusão social, fiquei aqui atento com os assessores, em mais de 30 minutos, pessoas, gente, inclusão, miséria, emprego”.
Aécio respondeu: “Não se pode haver, senador Lindbergh, o monopólio do povo”. Mesmo subindo o tom, o senador mineiro desconversou ao falar de sua candidatura, já lançada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando respondeu às críticas de Lindbegh.
“Agradecendo a gentileza do seu lançamento de minha candidatura à Presidência da República, mas ela [a candidatura] não está em pauta ainda. Essa será, senador Lindbergh, por mais que me honre o seu estímulo, uma decisão do meu partido, até por que aqui mesmo, neste plenário, outros nomes até mais qualificados do que eu se encontram”, disse o mineiro.

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