As exportações do Rio Grande do Norte fecharam o primeiro trimestre do ano com crescimento de 37,79% em relação ao mesmo período de 2011, registrando o quarto maior avanço do Nordeste e um ritmo acima dos alcançados não só na região, mas no país, de acordo com balanço do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. A expansão se refere ao valor faturado com as vendas para outros países, que chegou a US$ 75,97 milhões no período. "Os números são muito positivos e a projeção continua sendo de crescimento", diz o coordenador de Desenvolvimento Comercial da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Otomar Lopes Cardoso Júnior.
Apesar de a crise financeira continuar afetando países consumidores, ele diz que a demanda por commodities - produtos primários, como frutas e minérios - está aquecida e deve ajudar a estimular o crescimento este ano. Foram esses produtos, aliás, alguns dos principais responsáveis por puxar as vendas do estado de janeiro a março para cima. O melão, por exemplo, registrou um aumento de 27,19% no valor exportado, no período, e respondeu, sozinho, por 17% do total comercializado pelo estado. As vendas de doces - bombons, caramelos e confeitos - também conspiraram em favor do resultado, com avanço de 305,28%. Já o açúcar, que em 2011 foi direcionado principalmente ao mercado interno, voltou a ser exportado este ano e ficou em terceiro lugar no ranking de principais produtos na pauta potiguar.
O setor mineral é outro que tem dado mais "gás" ao desempenho em 2012. Só as vendas de minério de ferro cresceram 235% de janeiro a março, na comparação com igual período do ano passado. Na outra ponta, o camarão desapareceu do rol de produtos negociados com outros países. Com o câmbio desfavorável e o consumo dentro do Brasil em ascensão, o crustáceo permanece direcionado ao mercado interno. Não houve exportações este ano. "O mercado do camarão é o mercado interno. Produzir é viável, mas não para exportação", observa Lopes.
Estado interrompe trajetória de desaceleração no setor
O crescimento nas exportações do Rio Grande do norte é registrado após uma temporada de desaceleração do estado, em relação à região, ao país e aos estados vizinhos. Dados divulgados em um estudo do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae RN) mostram que o RN fechou o ano de 2011 com uma participação quase duas vezes menor nas exportações do Nordeste e do Brasil, em relação a que detinha em 2007.
A participação do estado caiu de 0,24% para 0,11% no Brasil e de 2,90% para 1,49% no Nordeste, no período. A crise financeira internacional, o câmbio desfavorável, a desaceleração das vendas de camarão e a migração de exportadores de frutas para o Ceará - em busca de melhores condições de infraestrutura e incentivos - seriam algumas das explicações para o recuo.
Para este ano, a projeção é de crescimento. O ritmo será ditado, porém, por fatores como a próxima safra do melão.
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