quinta-feira, 15 de março de 2012

PB assumirá parte da produção do RN

Com planos de investir R$ 1,1 bilhão para construir um complexo imobiliário em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, a Coteminas vai transferir parte da produção têxtil que mantém no município para a unidade instalada em Macaíba, mas também para outro estado: a Paraíba. A informação, publicada em matéria da Folha de S. Paulo ontem, foi confirmada pelo diretor da empresa no RN, João Lima.
DivulgaçãoO complexo projetado pela Coteminas será residencial e comercialO complexo projetado pela Coteminas será residencial e comercial

O executivo não revelou quanto da produção será direcionada ao estado vizinho, mas reiterou que a empresa não vai abandonar a atividade têxtil no Rio Grande do Norte. Ele também desmentiu a informação divulgada na Folha de que a companhia estaria desativando duas fábricas no RN. "É uma informação equivocada. O que estamos fazendo é readequar a área de fiação e tecelagem da fábrica de São Gonçalo. A fábrica de Macaíba não será desativada. Será, na verdade, ampliada para receber parte da produção. Outra parte será absorvida nas outras unidades do Nordeste, em Campina Grande e João Pessoa", disse Lima, sem revelar em quanto será ampliada a capacidade em Macaíba para absorver parte da produção.

A redistribuição da produção potiguar para fábricas em outro estado não havia sido divulgada pelo grupo durante a apresentação do projeto, em Natal, em fevereiro.

Na fábrica de São Gonçalo do Amarante, onde funcionam unidades de fiação, tecelagem, alvejamento, tinturaria e estamparia, as áreas de fiação e tecelagem, segundo ele, são as únicas que estão reduzindo o ritmo. As demais estão funcionando normalmente e não há data estimada para que deixem de operar.

A redução do ritmo de produção é necessária para que o terreno que abriga hoje a fábrica dê lugar a um complexo imobiliário que incluirá residências, escritórios e até um shopping. Com o novo projeto, a produção hoje mantida na indústria será gradativamente redirecionada para outras unidades. Também haverá mudanças para os trabalhadores. Dos 1.100 que atuam na unidade, cerca de 550 deverão sair. "Parte vai para Macaíba e a outra será treinada para ser aproveitada por empresas parceiras durante o processo de construção (do complexo)", disse Lima. O  treinamento também tem o objetivo de preparar os trabalhadores para atuar em outras funções, dentro do complexo. De olho nisso, a Coteminas diz estar promovendo desde segunda-feira cursos de capacitação dentro da fábrica, em parceria com entidades como Sebrae, Sesc e Senai. Dentro da própria unidade, foram montadas salas de aula para a realização de cursos de pedreiros, eletricistas, armadores, vendedores e um outro chamado "iniciando pequenos grandes negócios".

O complexo residencial e comercial da Coteminas prevê a construção de condomínio residencial para 12 mil pessoas, shopping center com 300 lojas, hotel com 720 apartamentos, centro comercial, de convenções, de artesanato e teatro. O complexo levará entre três e quatro anos para ficar pronto, com conclusão da primeira fase prevista para até a Copa do Mundo de 2014. O projeto também conta com espaço para escola, creche, posto de saúde, biblioteca e parque ecológico.

Em entrevista à Folha, Josué Gomes da Silva, presidente da empresa, reiterou que não está abandonando a atividade têxtil, que vive um de seus piores momentos. "Vamos continuar produzindo a mesma quantidade em outra unidade", disse à Folha.

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