03/09/2014 - 00:15
Argemiro Lima / NJ
Novo terminal atende hoje a mesma quantidade de voos do antigo aeroporto Augusto Severo
Três meses depois de ter sido inaugurado, o Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, está operando bem abaixo da capacidade prevista. Das seis pontes de embarque e desembarque, que podem receber até oito aviões simultaneamente, as estruturas só estão atendendo apenas quatro aeronaves por hora.
O NOVO JORNAL visitou ontem o terminal inaugurado em 31 de maio.Apesar dos 90 dias em funcionamento, o aeroporto ainda precisa de ajustes. Grandes quantidades de entulho ainda podem ser vistos ao seu redor.Mesmo com o triplo da capacidade de atendimento do desativado Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, a estrutura aeroportuária não conseguiu registrar um aumento substancial nas operações de aviação comercial.
Pelo contrário, os embarques e desembarques têm números parecidos com a do antigo terminal de passageiros.Para efeito de comparação, o terminal construído em São Gonçalo do Amarante possui 42 mil metros quadrados de espaço, enquanto que o de Parnamirim tinha apenas 11 mil m2.A construção do aeroporto Aluízio Alves consumiu mais de R$ 650 milhões.
O novo terminal atende hoje apenas nove destinos: Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Campinas (SP), Brasília (DF), Lisboa (BA) e Fernando de Noronha (PE).Tratam-se dos mesmos que o antigo terminal de Parnamirim recebia quando encerrou suas atividades há três meses.
Os voos só ocorrem das 7h às 3h da manhã, com uma média de dois embarques a cada hora. Por vezes, o terminal chega a passar até uma hora sem embarques e desembarques.Ontem (02), um voo procedente do Rio de Janeiro chegou às 10h25 e a próximo saída só ocorreu às 11h30.
Em junho, no primeiro mês de atividades do novo aeródromo, segundo dados do consórcio Inframérica (detentor dos direitos de operação aérea), foram registrados 171.611 mil passageiros domésticos e 8.969 mil passageiros de voos internacionais.Os números mostram uma redução de 1% do tráfego nacional em relação ao mesmo período de 2013, quando o terminal de Parnamirim estava em funcionamento.
Para os voos internacionais, em razão dos jogos da Copa do Mundo em Natal, foi verificado um aumento de 16% entre nos desembarques de estrangeiros. Em junho do ano passado, o aeroporto de Parnamirim registrou 173.648 passageiros domésticos e 7.726 internacionais.
Em julho, o tráfego oriundo dos aeroportos nacionais revelou um acréscimo de módicos 0,74% em comparação ao mesmo período do ano passado. Já o internacional aumentou 5,66%.Foram contabilizados 204.095 mil passageiros domésticos e 7.728 mil estrangeiros. Os números referentes ao mês de agosto não foram divulgados pelo consórcio Inframérica.
De acordo com a Inframérica, o aeroporto movimentou 1.989 mil voos domésticos em julho. No mesmo mês de 2013, o terminal de Parnamirim registrou 2.100 mil voos. Uma redução de 5%.A holding avalia que a estrutura grandiosa, um verdadeiro oásis no coração de São Gonçalo do Amarante, ainda está se adaptando aos novos tempos.
“A operação oficial estava marcada para acontecer em dezembro.Adiantamos o início das atividades em seis meses. Estamos em constante adaptação”, afirma Alysson Paolinelli, responsável pela administração do novo terminal aéreo.O representante da Inframérica detalha que o aumento de voos e do fluxo de passageiros não depende apenas do aeroporto.
“Estamos cumprindo o nosso papel de estruturar o terminal.O aeroporto é moderno e eficiente. No entanto, esperamos uma política de redução tarifária dos combustíveis da aviação”, ressalta.
Atualmente, o Rio Grande do Norte possui uma alíquota para rotas nacionais de 17%.Para os voos internacionais, a taxa não é cobrada. “A batalha para aumentar o número de voos não é só nossa”, salienta.*O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Sílvio Torquato, argumenta que a redução da alíquota de 17% para 2% não pode ser feita sem uma garantia de que as companhias aéreas irão aumentar voos.
“Iniciamos uma negociação com as companhias aéreas. Não podemos perder arrecadação estadual”, justifica.Torquato afirma ainda que novas reuniões serão feitas com as companhias que operam no aeroporto: Tam, Gol, Azul e Avianca.
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