23/09/2014 - 11:53
O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva tornou-se o protagonista do programa eleitoral do candidato a governador do RN, Robinson Farias (PSD), “o candidato do acordinho”, como denominou ontem o adversário, Araken Farias (PSL).
Depois da estreia na sexta-feira passada, a gravação com Lula ganhou repeteco ontem, com ele enfatizando a sua parceira com os governadores e prefeitos do Nordeste e prometendo os benefícios da transposição das águas do rio São Francisco, a complicada obra que teve várias paralisações, com conclusão estimada pelo governo federal em 2015.
Vice-governador que bate no próprio governo, Faria pretende tocar uma gestão “inspirada no senhor , na sua história, na sua vida”. A trajetória entre os dois interlocutores não poderia ser tão díspare. Enquanto um é um ex-metalúrgico que ascendeu socialmente via sindicalismo, o outro é herdeiro de um industrial.
Evidentemente, sem citar a sua parcela de responsabilidade, Faria, o vice-governador, diz que o “nosso estado não acompanhou o ritmo do Brasil”, em mais uma manifestação de desacoplamento com a realidade.
Continua citando a pesquisa de um instituto sem a mesma tradição do Ibope, o Seta, na qual, supostamente o candidato Henrique Alves (PMDB) “não para de cair”, enquanto Robinson ganhou uma ascensão e o resultado aponta um empate técnico.
O programa de Faria ainda sugeriu o telespectador a comparar os dois candidatos a governador. Sugeriu que os projetos criados pelo peemedebista não são conhecidos.
E ele mesmo citou a sua maior contradição: o rompimento com a governadora Rosalba Ciarlini, no dia 22 de outubro de 2011, passando a fazer uma “forte oposição”. Só não teve a coerência de entregar o cargo e até hoje recebe o soldo mensalmente da gestão que integra e detona diuturnamente.
O programa de Henrique continua repetindo as suas propostas para a área de segurança, principalmente as medidas emergenciais da “Operação 190” para os primeiros seis meses de governo.
Em resposta ao programa do principal adversário, que vende a ideia de que “ninguém conhece as obras de Henrique” (evidentemente, o papel de deputado é fazer leis e fiscalizar governos, função também sempre ocupada por Faria a nível estadual.
Logo ele também não tem “obra” a mostrar), o peemedebista gravou na barragem de Oiticica para citar a assinatura do contrato para construção da empreitada, no governo Wilma de Faria, contando com sua articulação enquanto líder do PMDB e presidente da Câmara dos Deputados para “superar todos os obstáculos” até incluir a obra no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e assegurar R$ 241 milhões para ela. A previsão de conclusão da barragem é de dois anos.
Em contraponto, Alves explorou a passagem do vice-governador Robinson Faria pela Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, quando teve disponíveis R$ 539 milhões para obras contra a seca e investiu menos de 8% desse valor. “Quem foi tão mau como secretário pode ser bom governador?”, questionou o apresentador.
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