03/09/2014 - 00:15
Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas
Todos os valores guardados fora de bancos foram declarados à Justiça
A prática era comum nos séculos passados e caiu em desuso com o passar do tempo. Mas, para 33 postulantes potiguares à Assembleia Legislativa, Governo do Estado, Câmara Federal e Senado, guardar dinheiro “debaixo do colchão” ainda é usual.Com reservas que variam de R$ 1.400,00 a R$ 503.000,00 os recursos guardados, quiçá, entre quatro paredes, somam mais de R$ 2 milhões somente entre os candidatos locais.Nada de ilegal, apenas curioso.
No Brasil, a soma de dinheiro vivo em casa ou em cofres (que não são bancários) declarada aos Tribunais Regionais Eleitorais chega a R$ 268,7 milhões. O número de candidatos potiguares que informaram dispor de dinheiro em espécie corresponde a 8,22% do total de candidaturas registradas no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte, que foi de 401 (5 candidatos ao Governo do Estado e seus respectivos vices; 5 ao Senado e 11 suplentes; 100 a deputado federal e 275 a deputado estadual).
Em todo o país, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 7,7% dos candidatos registraram ter dinheiro vivo no preenchimento do formulário de candidatura. Os dados estão disponíveis para consulta pública no DivulgaCand 2014.Além dos recursos guardados fora das contas correntes ou poupanças bancárias, há candidatos que dispõem de somas milionárias emprestadas a terceiros e declaradas à Justiça Eleitoral. Outro candidato tem, em poder de outrem, mais R$ 370 mil.
É no interior do estado, porém, onde está concentrado o maior número de candidatos com dinheiro guardado em locais distintos dos bancos, o que acaba se tornando um risco, pela falta de segurança e desvalorização da moeda.O valor, porém, é ínfimo quando comparada com os postulantes com residência fixa em Natal.Mais da metade dos recursos guardados em casa pelo candidatos se concentram nas mãos de três deles, sendo dois filhos de políticos e o terceiro empresário.
No Rio Grande do Norte, quase metade dos candidatos ao cargo de deputado federal declarou não dispor de nenhum bem.Nessa relação incluem-se nomes de candidatos à reeleição e, ainda, médicos, advogados e empresários que concorrem pela primeira vez.Entre os candidatos que não declararam bens estão donas de casa do interior, professores de escolas públicas e outros sem informações profissionais disponíveis no Portal da Justiça Eleitoral.
Alguns, para não zerar o registro, disseram à Justiça Eleitoral dispor de saldos de até R$ 0,02.No outro extremo, estão os milionários. Um deputado estadual candidato à reeleição, o mais rico entre os postulantes atuais, afirmou ter patrimônio da ordem de R$ 34,5 milhões, incluindo jóias declaradas em R$ 250 mil e uma adega particular que, segundo ele, vale R$ 50 mil.Os bens que mais somam recursos no pleito 2014 são os imóveis.Há casos de propriedades declaradas que superam a casa dos milhões de Reais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário